UnB: Pressão para posse de Márcia Abrahão

A comunidade acadêmica da Universidade de Brasília (UnB) faz pressão para que a chapa reeleita para a Reitoria, de Márcia Abrahão, seja empossada pelo presidente Jair Bolsonaro. Ontem pela manhã (11), ocorreu um ato simbólico no prédio da Reitoria em defesa do respeito ao resultado do pleito universitário.

A manifestação, no câmpus Darcy Ribeiro, reuniu representantes da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB), do Diretório Central dos Estudantes (DCE), do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub) e da Associação de Pós-Graduandos (APG).

Toda a bancada do DF no Congresso Nacional assinou ofício encaminhado ao presidente da República com a demanda. O Ministério da Educação (MEC) deve anunciar os nomes escolhidos para chefiar a UnB até 21 de novembro, quando termina o mandato atual.

O Poder Executivo tem a prerrogativa de optar por qualquer chapa presente na lista tríplice. No entanto, costumava-se respeitar o resultado das urnas, uma tradição quebrada durante a gestão de Bolsonaro.

Segundo a União Nacional dos Estudantes (UNE), 12 instituições de ensino superior federais não tiveram a gestão escolhida em consonância com o que a comunidade universitária decidiu. O caso mais recente foi em 5 de novembro, quando o terceiro colocado da lista tríplice para a reitoria da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) foi nomeado reitor.

A chapa reeleita de Márcia Abrahão teve 96% dos votos no Conselho Universitário (Consuni/UnB), que formula a lista tríplice para envio ao MEC. Os nomes foram enviados seguidos dos das professoras Olgamir Amancia Ferreira (doutora em educação e professora da Faculdade de Planaltina) e Germana Henriques Pereira (Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução).

Márcia Abrahão e Enrique Huelva, respectivamente reitora e vice-reitor da UnB, foram reeleitos para nova gestão
Márcia Abrahão e Enrique Huelva, respectivamente reitora e vice-reitor da UnB, foram reeleitos para nova gestão (foto: Consulta UnB / Reprodução)

A consulta à comunidade acadêmica é informal e não necessariamente é levada em conta pelo Consuni, apesar de o respeito ao resultado das urnas nessa instância também ser tradição e indicar afinidade com preceitos democráticos.

O fato de a lista tríplice do Consuni trazer dois nomes que não concorreram às eleições chama a atenção, mas é permitido. No Consuni, Olgamir teve 2% dos votos e Germana, 1%. Na prática, dos 89 votos do Consuni, Márcia Abrahão recebeu 85; Olgamir, 2; e Germana, 1. As duas últimas não concorreram à consulta à comunidade acadêmica.

Campanha #NomeiaMarciaReitora defende resultado das eleições

Por meio de nota, a Universidade de Brasília informou que espera que a escolha da comunidade universitária seja respeitada pelo governo federal. A universidade também ressaltou que, em 6 de novembro, o Consuni aprovou estado permanente de mobilização enquanto aguarda a nomeação da reitora para um novo mandato. “Toda a estrutura da universidade está formalmente mobilizada por determinação do colegiado máximo da instituição. Na prática, isso significa mais atenção e agilidade para agir diante de medidas relacionadas à nomeação”, afirma.

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