Dizem que o Brasil vai parar
A greve geral, convocada por oito centrais sindicais na próxima sexta-feira, vai fechar até gabinetes na Câmara Legislativa. Os deputados Reginaldo Veras (PDT), Chico Vigilante (PT) e Ricardo Vale (PT), por exemplo, já decidiram, juntamente com os servidores dos gabinetes, que não ficarão alheios à paralisação. Veras pediu até que o presidente da Casa, deputado Joe Valle (PDT), feche as portas da Câmara para que todos os participem das mobilizações contra as reformas da Previdência e trabalhista e a Lei da Terceirização. “O Brasil tem que parar”, discursou o pedetista, ontem.
Nas ruas
Veras promete ir às ruas para defender não somente os interesses da categoria de professores, da qual faz parte, “mas de toda a classe trabalhadora do Brasil, que está seriamente ameaçada”. O deputado citou que não somente os professores paralisarão as atividades, mas outras categorias, a exemplo dos metroviários, rodoviários, motoboys, bancários, metalúrgicos, petroleiros, empregados dos Correios, da construção civil, do comércio e da saúde, pilotos, co-pilotos e comissários. “Esta é uma luta de todos nós, do povo brasileiro. É uma luta por manutenção de conquistas, de direitos, uma luta para que possamos continuar oferecendo um ensino – público ou privado – de qualidade e para que nossos alunos possam ter uma formação cidadã plena”, completou.
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O curso e a investigada
Serão exatos R$ 20.416,32 que serão pagos a Cláudia Gontijo Resende Genu, investigada pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato. Ela foi contratada pela Câmara Legislativa para dar um curso aos servidores da Casa. “Excelência no Atendimento: Interação da CLDF com o Cidadão” é o tema das palestras, que durarão seis dias. Tudo foi feito sem licitação.
Convite reiterado
Além dos cartazes espalhados nos corredores da Casa, os servidores – incluindo os deputados – foram convidados de gabinete em gabinete para participarem da formação. Para a Câmara, a palestrante tem currículo reconhecido e já ministrou curso semelhante no ano passado, com excelente avaliação.
Os crimes
Além de ser citada na Lava Jato, Cláudia é mulher de João Claudio de Carvalho Genu, ex-tesoureiro do PP condenado a oito anos de prisão por 11 crimes. Já a palestrante contratada pela Câmara é acusada pelo Ministério Público Federal de ocultar recursos ilícitos na compra de joias.
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Criteriosos
As notas apresentadas pelos distritais para serem ressarcidos pela verba indenizatória têm sido conferidas, uma a uma, na Câmara Legislativa. Depois da acusação de que a deputada Sandra Faraj (SD) fez uso indevido do dinheiro, os técnicos foram orientados a serem bastante criteriosos com os comprovantes, principalmente de postos de combustíveis. Há outras suspeitas rondando a Casa, a de que algumas destas notas tiveram os valores adulterados.
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Tá falado!
“O governador do DF, além de incompetente, está brincando com a justiça. No momento que o Brasil passa, colocar uma empresa investigada para cuidar de um projeto arriscado e que envolve quase R$ 50 milhões é um absurdo. Rollemberg está brincando com a população de Brasília”.
Alberto Fraga, deputado federal pelo DEM-DF, sobre o contrato para captação emergencial de água no Lago Paranoá assinado com uma empresa citada na Operação Lava-Jato