A vitória de Zohran Mamdani e o colapso moral da América

A eleição de Zohran Mamdani em Nova York marca o ápice da radicalização política dos Estados Unidos, um país que, pouco a pouco, parece abdicar dos valores que o transformaram na maior potência da história em nome de um socialismo identitário, populista e distributivista. O primeiro muçulmano a comandar a cidade mais importante do país é também um militante comunista formado no seio da ala mais radical do Partido Democrata, a DSA (Democratic Socialists of America), um grupo que mescla a velha agenda marxista de estatização com o novo dogma do identitarismo cultural.

Filho de intelectuais ugandenses de extrema-esquerda, Mamdani cresceu em Nova York e construiu sua carreira como agitador político desde jovem. Como deputado estadual, foi um dos rostos mais estridentes da militância progressista, defendendo o desencarceramento em massa, o corte de verbas da polícia, a quem chamou de “racista e anti-queer”, e a descriminalização de delitos “menores”. Durante a campanha para prefeito, tentou suavizar o discurso, mas sem renunciar ao conteúdo revolucionário de suas ideias.

Suas propostas são um compêndio do populismo econômico moderno, que promete congelamento de aluguéis, criação de armazéns públicos com produtos subsidiados, transporte e creches gratuitos, tudo financiado pelos “mais ricos”, que já suportam a maior carga tributária do país. É o mesmo modelo que afundou Detroit, arruinou a Califórnia e empobreceu incontáveis nações ao longo do século XX.

New York Post newspaper front page cover from November 2024 edition priced at 5 dollars features bold red text proclaiming The Red Red Apple with a central illustration of Zohran Mamdani a man with dark hair and beard wearing a suit and red tie raising his arms triumphantly holding a hammer and sickle symbol against a backdrop of New York City skyline including the Empire State Building and other buildings in red tones the layout includes American flags at top and bottom a small inset photo of Mamdani and text about his win as socialist mayor.

Mamdani também carrega um histórico de declarações abertamente antissemitas, chamando Israel de “força genocida”, apoiando boicotes ao país e recusando-se a condenar apelos por uma “intifada global”. Chegou até a exaltar um grupo musical que promovia o terrorismo do Hamas. Mesmo assim, venceu a eleição com 50% dos votos, uma margem menor que o previsto, mas suficiente para consolidar a guinada socialista de Nova York.

Os números das urnas revelam o desenho da nova demografia política americana. Mamdani venceu entre jovens, mulheres e imigrantes, com ampla vantagem entre estrangeiros, mas perdeu por 12 pontos entre eleitores nascidos nos Estados Unidos. É a materialização da estratégia de “importação de eleitores” que já se mostrou eficaz na Califórnia, transformando a imigração em ferramenta eleitoral e sustentando massas dependentes de programas sociais, leais ao Estado provedor.

Alguns conservadores enxergam nessa vitória um possível ponto de inflexão, um experimento que, com o tempo, se autodestruirá sob o peso da incompetência administrativa e da fuga de capitais. Mas essa é uma aposta perigosa. A história recente mostra que sociedades acostumadas à dependência estatal aprendem a tolerar a violência e a decadência em troca de benefícios imediatos. O modelo se repete, quanto mais o governo dá, menos o cidadão exige liberdade.

Mamdani é o produto acabado da estratégia gramsciana de ocupação cultural, uma geração moldada em universidades e meios de comunicação que demonizam a prosperidade e glorificam a vitimização. A revolução americana de valores não acontece nas ruas, mas nas salas de aula, nas redes sociais e nas redações. A Nova York de Mamdani é o símbolo desse processo, onde o mérito cede lugar à culpa e a iniciativa individual é substituída pela tutela estatal.

A verdadeira ameaça existencial aos Estados Unidos não vem de Donald Trump nem de qualquer político de ocasião, mas da erosão silenciosa dos princípios que fundaram a nação, como liberdade, responsabilidade e mérito. Ao corroê-los em nome de uma “justiça social” abstrata, o país arrisca-se a transformar o grande farol da liberdade mundial em mais uma republiqueta administrada por burocratas ideológicos, como tantas outras que já trocaram sua alma por promessas de igualdade.

O populismo radical e demagogo avança, e desta vez o palco é Nova York. Quanto tempo levará até que seus cidadãos percebam que, por trás de cada promessa de gratuidade e de justiça, há sempre uma conta a ser paga, e ela nunca recai sobre os que pregam a revolução, mas sobre os que ainda acreditam no trabalho e na liberdade?

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