Para presidente da Câmara, episódio foi provocado por “vândalos e baderneiros” que queriam demonstrar revolta
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que não considera a invasão dos prédios dos Três Poderes, ocorrida em 8 de janeiro de 2023, uma tentativa de golpe. “Eu não considero que houve uma tentativa de golpe no Brasil. Houve uma invasão aos Três Poderes, o que é grave, mas não podemos comparar isso com outras situações que realmente configuram uma ruptura institucional”, declarou, nesta sexta-feira (7), em entrevista à rádio Arapuan FM, da Paraíba.
Motta também demonstrou preocupação com a severidade das punições aplicadas aos réus. “É claro que quem errou tem que pagar, mas não podemos permitir exageros. Precisamos ter equilíbrio na aplicação das penas”, afirmou.
Sobre a possibilidade de anistia, ele reconheceu que o tema provoca divisões dentro do Congresso e tensão entre os Poderes. “A anistia é um assunto delicado. Temos que tratar com muito cuidado, porque há opiniões divergentes dentro da própria Câmara e também no Judiciário e no Executivo. Neste momento, não posso me comprometer nem a pautar nem a descartar essa discussão”, pontuou.
Outro ponto abordado pelo deputado foi a proposta de alteração na Lei da Ficha Limpa, apresentada por Bibo Nunes (PL-RS), que busca reduzir de oito para dois anos o período de inelegibilidade. A mudança poderia tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) elegível para 2026, mas Motta adotou uma postura cautelosa. “Não há compromisso da minha parte em pautar essa matéria. Temos que avaliar se isso respeita a Constituição e o equilíbrio do nosso sistema eleitoral, que ocorre a cada dois anos”, afirmou.
Hugo Motta assumiu a presidência da Câmara no dia 1º de fevereiro de 2025, recebendo 444 votos e contando com o apoio de partidos como PL e PT. O resultado fez dele o segundo deputado mais votado para o cargo na história, ficando atrás apenas de Arthur Lira (PP-AL), que obteve 464 votos na eleição de 2023.