“Não há dano maior à democracia que a violência que se comete a pretexto de defendê-la”

(Foto: Divulgação)

“Não há dano maior à democracia que a violência que se comete a pretexto de defendê-la. E é o que temos visto, com frequência assustadora, em nosso país, com o agravante de que tal ilegalidade parta de onde deveria ser combatida: o Supremo Tribunal Federal.”

Palavras da deputada Paula Belmonte em suas redes sociais sobre a operação da Polícia Federal, na qual o seu marido, Luís Felipe Belmonte, foi alvo de mandado de busca e apreensão nesta manhã (16).

O advogado e empresário considerou a operação como “totalmente abusiva” e “sem justificativa”.

“Totalmente abusivo. Estão fazendo isso por quê? Porque eu sou um dos organizadores do partido do presidente da República? Eu acho meio estranho isso”, disse Belmonte. “Estou tranquilo, mas acho que quem não está tranquilo é quem faz esses tipos de providência que, naturalmente, vai ter que haver algumas explicações”, complementou.

De acordo com Belmonte, policiais apreenderam celulares, um computador e documentos. O empresário considerou haver uma violação na ação, uma vez que ele é advogado.

“Disseram que não poderiam fazer um sigilo dos advogados do Adélio Bispo que eram protegidos, mas o do Felipe Belmonte pode fazer, né?!”, ironizou, ao dizer que vai tomar providências.

Por volta de 19h, Paula publicou uma nota à imprensa.

Segue na íntegra.

 

NOTA À IMPRENSA

Não há dano maior à democracia que a violência que se comete a pretexto de defendê-la. E é o que temos visto, com frequência assustadora, em nosso país, com o agravante de que tal ilegalidade parta de onde deveria ser combatida: o Supremo Tribunal Federal.

Eu e minha família – meu marido, Luís Felipe Belmonte, e nossos quatro filhos menores – fomos surpreendidos, ao amanhecer do dia de hoje, com a presença de policiais federais armados em nossa residência, confiscando bens pessoais, sem que nos fosse sequer informada a razão (inclusive porque não há) de tal truculência.

Somos cidadãos de bem, cumpridores de nossos deveres cívicos. Como parlamentar, há ainda a violação simbólica a um dos poderes da República, que represento. Como mãe – e isto para mim é o mais grave -, sinto-me agredida perante os bens mais preciosos de minha vida, que são os meus filhos, submetidos a um trauma que creio desnecessário adjetivar.

No momento em que fomos atacados – e não há outra expressão para o que ocorreu -, nem sabíamos que éramos alvo de inquérito, a cujo conteúdo, até o momento em que redijo esta nota, não tivemos acesso. Uma inconstitucionalidade, emanada da Corte Suprema, cuja missão é a de Guardiã da Constituição.

O que está em pauta, diante do ocorrido, não é um jogo ideológico, de quem está contra ou a favor disso ou daquilo. O que está sendo violentado – e isso deve servir de alerta para todos – são os mais elementares princípios do Estado democrático de Direito.

 

Brasília, 16 de junho de 2020

PAULA BELMONTE
Deputada Federal

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