Nova roupagem para velhos impostos

Haddad ironiza Bolsonaro (Foto: Amanda Perobelli/Reuters)

O governo federal lançou com pompa e circunstância o chamado Plano de Transformação Ecológica, apresentado por Fernando Haddad na COP-28, em Dubai. O discurso oficial vende a ideia de um Brasil engajado na sustentabilidade, um protagonista da economia verde global. Mas, na prática, o plano parece mais um pretexto para aumentar a carga tributária e criar novos gastos públicos—tudo isso sob o verniz ambientalista.

Haddad fala em atrair investimentos sustentáveis, fomentar energia limpa e dar incentivos para a transição ecológica. Mas quando se lê nas entrelinhas, fica evidente que a grande aposta do governo não é a inovação verde, e sim a criação de tributos “sustentáveis”. O projeto inclui, por exemplo, a taxação de setores produtivos sob o argumento de compensação ambiental, além da estruturação de um mercado de créditos de carbono que pode se transformar em um mecanismo burocrático de arrecadação.

O Brasil, que já ostenta uma das cargas tributárias mais altas do mundo, corre o risco de ver sua competitividade sufocada por mais um pacote de impostos travestidos de preocupação ecológica. A história recente ensina que, quando o governo fala em “incentivos sustentáveis”, invariavelmente significa mais intervenção estatal e menos liberdade econômica.

Se a intenção real fosse a transformação ecológica, o governo deveria focar na desburocratização para atrair investimentos privados em inovação e energia limpa. Em vez disso, Haddad e sua equipe escolhem o caminho mais fácil: transformar a pauta ambiental em mais um mecanismo de arrecadação e aumento dos gastos públicos.

Sustentabilidade é fundamental, mas precisa vir acompanhada de responsabilidade fiscal e respeito ao setor produtivo. Do contrário, esse “plano verde” será apenas mais um rótulo bonito para o velho e conhecido expansionismo estatal.

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