Com a decisão do PSDB de definir seu candidato à presidência da República por meio de prévias, agora o partido disputa internamente para definir como será o formato dessa “pré-eleição”. Como São Paulo é o estado que detém a maior parte dos filiados ao PSDB, o governador do estado e pré-candidato à presidência, João Doria, tenta dar maior peso ao voto dos tucanos que não ocupam cargos eletivos, dessa forma, o voto paulista passa a ter maior influência no resultado final. Já alas do partido que apoiam os demais pré-candidatos, tentam dar maior valor aos votos dos tucanos já eleitos.
Nesta terça-feira (08), o diretório nacional do partido aprovou um sistema, sugerido pela comissão de prévias do PSDB, em que a sigla será dividida em quatro grupos – cada um com peso igual de 25% na decisão final.
No primeiro grupo ficam os tucanos sem mandato; no segundo, prefeitos e vice-prefeitos; no terceiro, vereadores, deputados estaduais e distritais. Já o quarto grupo é de membros do partido que foram eleitos a cargos de projeção nacional: governadores, vice-governadores, senadores e deputados federais. Também há um balanceamento para que, dentro da categoria de eleitos para cargos nacionais, os estados com mais eleitos tenham maior peso na escolha.
Se permanecer como está, a proposta aprovada pode diminuir a força de João Doria nas primárias. Contudo, ainda há espaço para que seja feito um rebalanceamento dos pesos caso o modelo seja questionado pelos pré-candidatos. O tema volta a ser discutido na próxima terça-feira (15).
Para tentar reverter o revés, o diretório paulista do PSDB tenta emplacar uma mudança que garantiria peso de 50% aos filiados ao partido que não detém cargos públicos, frente a 25% na proposta aprovada. Isso daria mais valor aos votos paulistas. Na proposta de Dória, os outros 50% seriam divididos entre os representantes eleitos.
As primárias do PSDB estão previstas para o dia 21 de novembro.
Além de Doria, são pré-candidatos o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, o senador Tasso Jereissati (CE) e o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (AM).