Senado: Caro e inativo

O Brasil enfrenta um cenário alarmante no início deste ano: os senadores, que são pagos com os recursos do contribuinte, trabalharam apenas um dia até o momento. Isso mesmo: um único dia de trabalho em dois meses, enquanto o país já contribuiu com mais de R$ 733 bilhões em impostos, conforme dados do impostômetro. O cenário é chocante, considerando o custo elevado do Senado para a população e a expectativa legítima de que os representantes da nação trabalhem mais do que isso.

Em fevereiro, o Senado realizou apenas uma sessão deliberativa, no dia 19. No dia seguinte, celebrou o aniversário de uma consultoria, sem nenhuma ação legislativa relevante. Enquanto isso, a Câmara dos Deputados, que possui sua parcela de críticas quanto à produtividade, ao menos se esforçou, com seis sessões deliberativas presenciais e outras cinco em formato semipresencial.

O grande destaque, no entanto, foi o rateio de cargos no Senado e na Câmara, um processo que, de fato, ocupa boa parte do tempo das casas legislativas. Não obstante, o “ano legislativo” no Brasil parece começar apenas após o Carnaval, como se os problemas nacionais pudessem ser resolvidos em uma agenda de trabalho bem mais flexível e longe da realidade do país.

A ausência de um trabalho efetivo no Senado não é apenas uma falha de produtividade. Ela representa um desrespeito com o contribuinte, que vê bilhões sendo gastos anualmente com um parlamento que pouco se empenha em entregar resultados concretos. Se há algo que o Senado deveria ter aprendido nos últimos anos, é que o povo não tolera mais essa falta de comprometimento. O país já enfrenta tantos desafios, desde a desigualdade social até a necessidade de reformas estruturais, que a inatividade de seus representantes só aumenta o abismo entre a classe política e a sociedade.

É hora de cobrar mais do Senado. O Brasil não pode pagar tão caro por um serviço que claramente não está sendo entregue. O mínimo esperado é que, no começo de cada ano, o Senado esteja disposto a trabalhar de fato, aproveitando sua posição estratégica para avançar em questões urgentes que afetam diretamente a vida de todos os brasileiros. Quem paga os impostos merece mais do que um Senado que só trabalha quando bem entende.

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