Depois de uma sessão tumultuada e discussões acaloradas, a Comissão de Ética da Câmara aprovou, ontem, a cassação do deputado Glauber Braga (PSol-RJ). O parecer do deputado Paulo Magalhães (PSD-BA) recebeu 13 votos favoráveis e cinco contrários. A sessão, que durou seis horas e meia, teve diversos protestos por parte de parlamentares do PSol e de apoiadores que estavam no local. Para que a cassação seja aprovada no plenário, serão necessários os votos favoráveis de 257 de 513 deputados. A data da votação não está definida. Se a perda do mandato for confirmada, o PSol deve recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ontem, quando a Comissão de Ética aprovou o requerimento para encerrar a discussão, o relator disse que não mudaria sua opinião por causa do alvoroço dos presentes. “Diante dessa algazarra e dessa balbúrdia que se transformou essa comissão, eu mantenho meu relatório, e é essa a posição do relator”, frisou Magalhães, sob protesto dos deputados do PSol.
Apelo em vão – A líder do PSOL na Câmara, Talíria Petrone (RJ), tentou ligar pelo menos quatro vezes ao presidente da Câmara, Hugo Motta, para pedir que ele iniciasse a ordem do dia na Casa, o que interromperia a sessão no Conselho de Ética que aprovou a cassação do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). Não foi atendida nenhuma das vezes. A reunião deliberativa no Conselho de Etica para votar o parecer do deputado Paulo Magalhães (PSD-BA) pela cassação de Glauber teve início às 11h58. Pela agenda oficial divulgada pela assessoria do parlamentar, a sessão no plenário para votar projetos de lei começaria às 16h. A cassação foi aprovada por 13 votos a 5 por volta de 18h30. A ordem do dia foi aberta às 19h. Glauber anunciou greve de fome até a deliberação final do caso. Ele e colegas do PSOL acusam o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) de ter articulado pela perda do seu mandato junto aos deputados e ao relator Paulo Magalhães (PSD-BA).