O envolvimento de Carlos Lupi com figuras centrais do esquema bilionário de fraudes no INSS acendeu um alerta no Palácio do Planalto. O governo decidiu aguardar o desenrolar das investigações antes de definir o futuro do ministro da Previdência. Lupi mantém uma relação próxima com Maurício Camisotti, fundador e suspeito de ser sócio oculto da Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec), uma das entidades investigadas pela Polícia Federal.
As ligações de Lupi não param por aí. Ele também tem vínculos com o Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi), outro alvo das operações da PF. O presidente do sindicato, Milton Cavalo, é filiado ao PDT, partido comandado por Lupi.
O escândalo também evidenciou a fragilidade da gestão de Lupi. Mesmo após a crise vir a público, o ministro hesitou em demitir Alessandro Stefanutto da presidência do INSS, decisão que acabou sendo desmentida pelo próprio governo horas depois. Stefanutto, que trocou o PSB pelo PDT, foi uma escolha pessoal de Lupi para o comando do INSS, e agora seu envolvimento na crise aumenta ainda mais a pressão sobre o ministro.