Anualmente as autoridades máximas do poder executivo municipal vem a Brasília, para uma série de ações, entre elas negociar melhores condições para a sua cidade. No entanto, ao sentirem o clima semiárido e a distância das respectivas “donas encrencas” acabam se fortalecendo espiritualmente indo até a Catedral para confessarem seus pecados.
No fundo a marcha funciona como uma espécie de gratificação que os prefeitos dão aos vereadores da base, sempre dizem “lá as meninas são diferentes”.
Ademais, o intuito aqui não é desmerecer os heróis interioranos defensores dos mais vulneráveis, mas sim passar uma visão geral do evento. Bem, boa parte da visão já foi passada acima (leia novamente com o coração aberto).
Outra parte importante, mas menos divertida, é a atuação dos “captadores” de prefeitos. Existem três grandes instituições com tal papel: CNM (Confederação Nacional dos Municípios), FNP (Frente Nacional dos Prefeitos) e a ABM (Associação Brasileira dos Municípios).
Assim, a ideia de tais conglomerados é lutar por pautas em comum dos municípios e com isso ganharem os louros das conquistas, tendo uma maior abertura no meio municipalista. Além disso, acabam funcionando como “intermediadores”do município com os entes federais. Muitas vezes os abençoados não sabem a diferença entre direita e esquerda, com isso essas instituições pegam na mão dos prefeitos e abrem as portas -ou melhor, ensinam a girar a fechadura.
Por fim, a vinda coletiva traz alguns benefícios efetivos. Nesse ano, um dos pleitos, foi a prorrogação da nova lei de licitações (o que ocorreu). Portando, a marcha e as instituições anexas tem um papel importante da consolidação do federalismo tupiniquim.
*Pedro Vaz é um homem comum, bacharelado em direito, podcaster e jornalista nas horas vagas