Após cinco pesquisas nacionais desde janeiro apontarem uma queda acentuada na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), partidos aliados consideram deixar a base governista. O Progressistas (PP), liderado pelo senador Ciro Nogueira (PI), discute internamente a possibilidade de entregar o Ministério do Esporte, atualmente ocupado por André Fufuca, que, segundo relatos, não é recebido por Lula há um ano.
Outras legendas, como PSD, Republicanos e União Brasil, também avaliam devolver seus ministérios e desembarcar do governo, visando as eleições de 2026 e temendo desgaste político. Alguns desses partidos planejam candidaturas próprias, como o governador do Paraná, Ratinho Jr, pelo PSD, enquanto outros consideram remota a possibilidade de apoiar Lula.
A nomeação de Gleisi Hoffmann para o Ministério de Relações Institucionais gerou apreensão entre aliados, que esperavam um perfil mais conciliador para fortalecer a articulação política.
Entre 7 e 21 de fevereiro, o governo federal gastou quase R$ 38 milhões em viagens, elevando as despesas totais para R$ 64,7 milhões em menos de dois meses. Desse montante, R$ 33 milhões foram destinados a diárias de funcionários, e o restante, a passagens aéreas, incluindo viagens da primeira-dama, Janja.
Esses fatores contribuem para o clima de insatisfação entre os partidos aliados, que avaliam a conveniência de manter o apoio ao governo diante do cenário atual.