Todos em silêncio

Quase uma semana após o ministro Alexandre de Moraes determinar a prisão domiciliar do deputado Chiquinho Brazão (RJ), apontado pela Polícia Federal como mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco, o silêncio da esquerda chama atenção. Nenhuma manifestação foi registrada por parte de parlamentares ou militantes que, por anos, cobraram em alto volume a resposta para a pergunta “quem mandou matar Marielle?”.

 

Nem mesmo Anielle Franco, irmã da vítima e atual ministra da Igualdade Racial, se pronunciou sobre a decisão judicial que permitiu que o acusado cumpra a pena em casa, sob alegação de problemas de saúde. O mesmo tipo de justificativa tem sido frequentemente ignorado em outros casos.

 

A nomeação de Anielle ao ministério foi vista por muitos como uma troca política: o governo Lula capitalizou a imagem da irmã de Marielle, e ela foi recompensada com um cargo de prestígio. O constrangimento aumenta diante do fato de que, durante anos, setores ligados ao PT e PSOL responsabilizaram o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados pelo crime. No entanto, Chiquinho Brazão, agora apontado como mandante, tem histórico de aliança com o próprio PT no Rio de Janeiro.

 

O caso escancara uma contradição entre o discurso histórico da esquerda e a atual omissão diante da prisão domiciliar de um possível mandante do crime que mobilizou o país. Questionada, Anielle Franco não quis se manifestar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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