A Filiação de Arruda ao PSD Cria um Nó Político e Expõe Contradições Internas no DF

A entrada do ex-governador José Roberto Arruda no PSD-DF não trouxe apenas um novo filiado ao partido — trouxe um problema político de grandes proporções. O movimento abriu um conjunto de contradições que coloca o PSD, Paulo Otávio, o GDF e até os distritais da legenda numa encruzilhada que ninguém sabe ao certo como vai escapar.

O PSD é governo… e agora tem um candidato contra o governo
O primeiro fator do nó é simples:
O PSD faz parte do governo Ibaneis.
E não apenas compõe — tem espaço de destaque, incluindo a Secretaria de Juventude, comandada por André Kubitschek, filho de Paulo Otávio.

Com a chegada de Arruda, que recebeu garantia nacional de que terá legenda para disputar o Governo do Distrito Federal, surge a pergunta que está tirando o sono de muita gente:

Como o PSD pode continuar no governo enquanto abriga um candidato que pretende enfrentar o próprio governo?

A conta não fecha. É matemática política pura.
Ou o PSD desembarca, ou vai viver uma situação inédita e constrangedora.

Paulo Otávio perdeu o comando ou entregou o comando?

Outro ponto da confusão:
A filiação de Arruda não passou por construção interna.
Não foi debatida.
Não foi articulada dentro do próprio PSD-DF.

Foi um movimento direto da nacional, que jogou a decisão no colo de Paulo Otávio — e agora todos querem saber:

Paulo Otávio trouxe Arruda por estratégia ou Arruda tomou o partido através de Kassab?

Independentemente da resposta, o clima dentro do PSD ficou pesado.

Distritais do PSD agora precisam decidir seus caminhos

Dentro do partido existem nomes com projetos claros para 2026:

  • Jorge Viana, que vinha se preparando para mais uma disputa distrital.

  • Cláudio Abrantes, que também estava acomodado na legenda.

Agora, ambos encaram uma dúvida incômoda:
Seguem no PSD sob o comando político de Arruda?
Ou vão buscar novos espaços para não ficarem subordinados a um projeto que não é deles?

O que antes era um partido estável virou um terreno instável.

O impasse geral: ninguém sabe para onde vai

A filiação gerou um cenário caótico:

  • O governo observa de longe, sem entender se ainda conta com o PSD.

  • O PSD não sabe se continua base ou oposição.

  • Os distritais não sabem se ficam ou se saem.

  • E Paulo Otávio precisa explicar algo que não foi ele quem movimentou.

A política do DF ganhou um problema novo — e dos grandes.

Moral da história

Quando um partido recebe um nome grande sem combinar com o resto da banda, o resultado é um só:
confusão, desconfiança e disputa interna.
Arruda não é o foco — o foco é o terremoto que sua entrada provocou.

E, pelo visto, o PSD vai passar semanas tentando desfazer esse nó.

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