Por Odir Ribeiro
14 anos de bastidores e previsões incômodas
Desde 11 de abril de 2011, acompanho de perto os bastidores da política do Distrito Federal. São 15 anos mergulhado nas articulações e contradições dessa cidade. Nesse tempo, vi muitas previsões minhas — baseadas em fatos, não em achismos — serem ignoradas, ridicularizadas… e depois, confirmadas. É sempre assim.
Os “forasteiros” que tomam conta
O que estamos vendo hoje é uma verdadeira invasão estrangeira nas fileiras da política local. Pessoas sem história por aqui, que não conseguem andar por Taguatinga sem GPS, mas que conseguem um mandato com dinheiro e marketing digital.
Alguns só querem um mandato para ostentar. Outros tentam alçar voos maiores, sonhando com cargos mais altos. Mas todos têm uma coisa em comum: não têm nenhuma identificação com a cidade e seu povo.
Quem é de Brasília fica para trás
Se você olhar para a bancada federal, para o Senado, verá claramente: os nomes “da casa” estão sendo deixados para trás. Na última eleição para o Senado, por exemplo: não teria sido mais lógico eleger alguém daqui? Alguém que sabe o que é viver de verdade na Ceilândia ou aguardar atendimento no Hran?
Polarização alimenta os invasores
Essa invasão não acontece sozinha. Ela é alimentada pela polarização nacional entre Lula e Bolsonaro, que transforma Brasília num campo de guerra ideológica, esquecendo que antes de qualquer coisa, nós somos Brasília.
Uma base fraca e uma elite distraída
Do outro lado, vejo uma geração política fraca, rasa, que só sabe lacrar. Gente que saiu da base sem preparo e que logo some. Vejo também uma elite política local distraída, sem perceber que a política do DF pode entrar em extinção se nada mudar.
Está registrado para a história
Podem rir. Podem debochar de novo. Podem dizer que eu estou falando besteira. Mas está aqui registrado, para quando alguém resolver dar um Google: eu avisei.
E, como tantas outras vezes, infelizmente, vocês vão lembrar disso quando já for tarde.