No podcast Política do Bem desta semana, um tema espinhoso veio à tona: a baixaria que tomou conta do debate político no Distrito Federal, muitas vezes praticada justamente por quem quer entrar para a política — e não por quem já está lá.
Hoje, muita gente usa a internet como trampolim eleitoral. Nada contra. Aliás, é até saudável que novas vozes se apresentem. O problema é quando essas vozes vêm acompanhadas de agressividade, ataques pessoais e desrespeito.
Críticas profissionais sim, pessoais não
Criticar políticos, secretários, deputados? Ótimo. É para isso que existe imprensa e rede social. Mas existe uma linha tênue entre apontar falhas profissionais e invadir a vida íntima alheia. E essa linha vem sendo ignorada.
O caso da delegada Karen
Um dos exemplos mais lamentáveis dessa prática recente foi o ataque contra a delegada Karen Langkammer. Conversas particulares e íntimas da delegada vieram a público, usadas como munição política por gente que se apresenta como defensora das mulheres. Curioso, não? Quando é para lacrar na rede social, os mesmos que bradam por “direitos das mulheres” se calaram diante do constrangimento que Karen — mãe de família e profissional respeitada — sofreu.
Vida íntima não é palanque
Que fique claro: quem é agente público está sujeito a críticas. É parte do jogo democrático. Mas críticas profissionais: questionar se alguém é um bom secretário, um bom deputado, se cumpre ou não promessas. Tudo isso é válido. O que não se pode aceitar é que se ataque a pessoa, a mãe, a mulher, com base em sua vida íntima. Isso não é política — é covardia.
Quando a lama vem de quem nem tem mandato
Outro ponto que chama atenção é que boa parte dessa lama vem de quem nem mandato tem. Gente que sequer passou por uma eleição e já pratica tudo de pior que critica nos outros. Vale a pena se perguntar: será que esses ataques não têm um pouco de inveja mal disfarçada? Da boa forma, do sucesso profissional, da luz própria de quem já conquistou seu espaço?
A frase que ficou do podcast
No podcast, a frase mais forte da noite foi direta: “A política do DF está na lama porque quem quer entrar nela não tem moral para subir de degrau sem sujar o sapato”. É disso que se trata. Quem quer fazer diferente precisa, antes de mais nada, ser diferente.
Papo reto para quem não gostou
Que se critique o que tem que ser criticado. Mas que se preserve o que não cabe a ninguém violar. Vida íntima não é palanque.
E para quem não gostou da verdade: é só não ler mais.