Nos últimos anos, o debate político no Brasil e no mundo tem presenciado uma preocupante escalada de polarização, radicalização e o aumento da aceitação de atos violentos contra figuras públicas.
O fenômeno está se tornando mais frequente e, infelizmente, cada vez mais normalizado. A seguir, o tema será explorado em tópicos, destacando as principais causas e consequências desse processo.
- Exemplos Recorrentes de Violência
A violência física no contexto político não é um fenômeno novo, mas tem ganhado mais visibilidade nos últimos anos. Casos emblemáticos como a facada no ex-presidente Jair Bolsonaro, as tentativas de atentado contra Donald Trump, a cadeirada no empresário e político Pablo Marçal, e o episódio semelhante envolvendo o apresentador José Luiz Datena, apontam para uma crescente aceitação desses atos.
A violência que antes chocava a opinião pública parece agora ter se tornado parte do cenário político.
- A Polarização e a Relativização da Violência
O que deveria ser um ponto de consenso — a rejeição à violência — frequentemente acaba diluído em narrativas polarizadas. Dependendo do lado político, atos violentos são relativizados, justificados, ou até celebrados.
Essa normalização mina os pilares da democracia, que dependem do respeito às diferenças e da manutenção de um debate civilizado.
A relativização da violência cria um perigoso precedente, em que a agressão se torna uma ferramenta aceitável na disputa política.
- A Violência Retórica e o “Pode-Tudo” no Discurso
Além da violência física, há uma crescente permissividade em relação ao uso de linguagem agressiva e intolerante.
O discurso violento tem se espalhado nas redes sociais, na imprensa e até em ambientes acadêmicos, onde ideias divergentes são atacadas com um “pode-tudo”.
Em muitos casos, figuras públicas à esquerda se utilizam de retórica agressiva para justificar táticas que colocam em risco o equilíbrio entre a liberdade de expressão e o respeito à pluralidade ideológica.
- O Perigo da Intolerância Ideológica
Uma das razões para essa transformação é a intolerância ideológica, especialmente nos ambientes acadêmicos e intelectuais.
Muitos estudantes e pensadores têm abraçado causas que justificam o silenciamento daqueles que consideram “inimigos” ideológicos.
Esse fenômeno leva a uma perseguição seletiva, onde a intolerância ao conservadorismo ou a ideias de direita cria uma espécie de “Hitler ao contrário”. Esse termo, cunhado por críticos, se refere à inversão da repressão, perseguindo o que historicamente se combateu em regimes totalitários.
- Os Efeitos Sobre a Democracia
A normalização da violência e da intolerância compromete seriamente os alicerces da democracia.
Para que um verdadeiro debate democrático floresça, é necessário que todas as vozes tenham espaço, independentemente de sua inclinação política.
Quando a violência, seja física ou retórica, se torna uma ferramenta de silenciamento, os direitos fundamentais são corroídos, e a sociedade como um todo se enfraquece.
O debate perde sua força quando passa a ser regido pela força bruta.
6 – A Urgência de Reverter esse Processo
A sociedade precisa, com urgência, refletir sobre essa crescente aceitação da violência e da intolerância no debate político. Se continuarmos nesse caminho, a desintegração social e a erosão das liberdades serão inevitáveis.
A democracia depende da convivência pacífica entre ideias opostas, e a pluralidade de vozes deve ser protegida.
Ao normalizar o uso da força, abrimos as portas para a deterioração do tecido social, e corremos o risco de atingir um ponto sem retorno.