Era uma vez, em um país distante chamado Zálvia, a capital, conhecida como Distrito Fulano (DF), tinha um sistema de governo único. Lá, os líderes não eram eleitos pelo povo, mas sim escolhidos por um conselho de sábios anciãos, cada um representando uma virtude importante. O sistema funcionava bem, mas não sem questionamentos.
Certo dia, um jovem chamado Eneias, conhecido por sua inteligência e curiosidade, questionou o conselho sobre a falta de eleições. Ele queria entender melhor o porquê dessa tradição.
Os anciãos, com um sorriso enigmático, decidiram contar-lhe uma história cheia de charadas:
“Havia uma cidade cercada por altas montanhas e vastos campos, onde as estações mudavam de maneira imprevisível. Nessa cidade, as decisões importantes eram tomadas por um velho sábio chamado Orion. Orion era conhecido por sua sabedoria e sua habilidade de prever as mudanças das estações, garantindo que a cidade prosperasse.
Um dia, um jovem viajante chamado Cassius chegou à cidade. Ele era cheio de energia e questionou por que apenas Orion tomava as decisões. O velho sábio, com um olhar sereno, decidiu responder a Cassius com charadas.
‘Cassius, me diga, o que tem olhos, mas não pode ver?’
Cassius pensou e respondeu: ‘É uma agulha.’
Orion sorriu e disse: ‘Correto. Agora, me diga, o que corre, mas nunca caminha?’
Cassius refletiu e respondeu: ‘É um rio.’
Orion acenou com a cabeça, satisfeito com a resposta.
Então, Orion contou-lhe uma parábola:
‘Imagine que a nossa cidade é um grande relógio antigo. Cada engrenagem precisa estar perfeitamente ajustada para que o tempo seja medido com precisão.
Eu sou o relojoeiro que entende o funcionamento de cada peça e garante que o relógio continue a funcionar sem falhas. Se cada habitante, sem conhecimento do mecanismo, tentar ajustar as engrenagens, o relógio pode parar ou até quebrar.’
Cassius ponderou sobre as palavras de Orion e começou a entender a importância do conhecimento e da experiência para liderar. No entanto, Orion não deixou a curiosidade de Cassius sem recompensa.
‘O que tem chaves, mas não pode abrir portas?’
Cassius respondeu: ‘É um piano.’
‘Orion sorriu novamente. ‘E o que se quebra quando é falado?’
Cassius respondeu: ‘É o silêncio.’
Com isso, Orion propôs um desafio final:
‘Se você puder resolver esta última charada, Cassius, eu considerarei mudar a maneira como tomamos decisões. O que é tão frágil que, se você disser seu nome, ele se quebra?’
Cassius pensou profundamente e finalmente respondeu: ‘É o silêncio.’
Orion, impressionado com a sabedoria de Cassius, decidiu incorporar algumas das ideias do jovem. A partir daquele dia, o conselho começou a consultar os cidadãos sobre decisões importantes, equilibrando a sabedoria dos anciãos com a participação do povo.
E assim, o Distrito Fulano prosperou ainda mais, combinando tradição e inovação, experiência e novas ideias, garantindo que todos tivessem uma voz, mesmo sem eleições convencionais.”
