Por Dedé Roriz
Durante o mais recente episódio do Podcast Política do Bem, um dado alarmante ecoou no estúdio: a cada 6 horas, uma mulher é vítima de feminicídio no Brasil. E pior: a cada 6 minutos, uma criança ou menina é vítima de abuso sexual. A estatística, por si só, já choca. Mas o que vem por trás disso é ainda mais preocupante.
“É muito sério. Tudo que está sendo investido aqui é porque a gente precisa de um mundo melhor pras nossas mulheres”, afirmou a entrevistadora com ênfase e emoção, reforçando o papel crucial de políticas públicas efetivas voltadas para a proteção da mulher e da infância.
Mas o debate foi além.
Ao comentar a recente repercussão nacional do vídeo do influenciador Felca — que viralizou após expor a chamada “adultização de crianças” — a pergunta que ficou no ar foi: por que determinados casos ganham repercussão, enquanto outros, igualmente graves, passam despercebidos?
A entrevistadora lembrou que a ex-ministra Damares Alves já havia denunciado, anos atrás, casos semelhantes de abuso de meninas na região do Tapajós, mas a imprensa, à época, não deu o mesmo peso à denúncia.
A pergunta lançada à secretária foi direta:
“Você acha que essa questão de ideologia às vezes atrapalha pra resolver o problema da mulher?”
A reflexão é necessária. Em um país onde dados gritantes são rotineiros, será que a resposta a essas tragédias está sendo prejudicada por vieses políticos ou ideológicos? Se a proteção à infância e à mulher depender de lado A ou lado B, o Brasil inteiro perde.
O debate segue. Mas as vítimas não podem esperar.