Em um cenário de crescente crise climática, a poluição dos corpos hídricos do Distrito Federal parece não ser prioridade para os deputados distritais. A segunda reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Rio Melchior, realizada ontem, foi marcada por um esvaziamento da base governista. A sessão, que discutiria o futuro do importante manancial, contou com a participação de apenas dois parlamentares e alguns ativistas. A oposição, por sua vez, também não acredita em um bom desfecho para os trabalhos da comissão.
A CPI, que nasceu da iniciativa da deputada Paula Belmonte (Cidadania), teve dificuldade até para garantir a formação de seu grupo de trabalho. A ausência dos membros da base governista foi notável: com exceção do deputado Daniel Donizet (MDB), que está de licença médica, os parlamentares Joaquim Roriz Neto (PL) e Rogério Morro da Cruz (PRD) não justificaram suas faltas. Nenhum suplente apareceu na reunião, reforçando o desinteresse da maioria pela pauta.
Somente Paula Belmonte e o deputado Gabriel Magno (PT) marcaram presença. Durante a sessão, Belmonte fez uma referência ao filósofo Aristóteles para ilustrar sua luta em prol da causa ambiental: “Dizem que uma andorinha só não faz verão — e é verdade. Mas duas andorinhas, quando se unem com coragem e propósito, podem, sim, evitar um tenebroso inverno.”
Apesar da pouca representação, o encontro contou com a presença de ativistas em defesa do Rio Melchior, que continuam a pressionar por ações concretas para a preservação dos recursos hídricos da região.