A pesquisa do Instituto Exata sobre a corrida ao Palácio do Buriti em 2026 confirma um cenário de vantagem para a vice-governadora Celina Leão, mas também mostra que nenhum candidato pode se dar por vencido. Os números estimulados, espontâneos e os diversos cruzamentos por classe, idade, religião e região revelam um quadro mais complexo do que apenas uma liderança isolada.
Celina Leão: a favorita inicial
Celina aparece na frente em todos os cenários. Na estimulada, marca 21,7%, contra 15% de Arruda e 11,1% de Fred Linhares.
Seu desempenho é ainda mais robusto em cruzamentos: 36,3% na classe A e 33% na classe B, além de 24,2% entre eleitores com ensino superior.
Na religião, Celina tem vantagem entre os evangélicos (28,1%) e católicos (20,8%). Também cresce na faixa etária de 47 a 60 anos (27,2%) e entre os mais de 60 anos (20,9%).
Outro fator central é a associação com o governo local: 80,7% dos eleitores que aprovam Ibaneis tendem a votar nela.
Arruda: o voto da periferia
O ex-governador José Roberto Arruda mantém base sólida nas cidades populares, como Samambaia (23,7%) e Sol Nascente/Pôr do Sol (24,6%). Na série histórica, aparece estável, passando de 12% em fevereiro para 15% em agosto.
Seu melhor recorte é entre a classe E (20,1%) e os eleitores espíritas (13,7%). Apesar disso, carrega rejeição elevada: 62,7% dos que desaprovam Lula e 44% dos que desaprovam Ibaneis tendem a não apoiá-lo.
Fred Linhares: o nome em teste
O deputado federal Fred Linhares já figura no top 3 da estimulada, com 11,1%, e desponta em regiões como o Varjão (40%) e no eleitorado de 25 a 35 anos (20,5%).
Entre os segmentos, aparece com 16,5% dos evangélicos e 11,5% da classe D. Mostra crescimento na série histórica, saltando de 7% em fevereiro para 15% em junho, mas recuando para 11% em agosto.
Paulo Octávio: experiência como carta
O ex-vice-governador Paulo Octávio soma 6,1% na estimulada. É mais lembrado entre eleitores de ensino médio (18,3%) e entre 25 a 35 anos (20,5%).
Apesar disso, enfrenta forte rejeição entre os que desaprovam Ibaneis (54,7%) e Lula (53,5%).
Leandro Grass: o nome da esquerda
O deputado federal Leandro Grass tem 6% na estimulada, mas seu desempenho é muito dependente da aprovação de Lula: 81,8% dos que aprovam o presidente declaram voto nele.
No recorte ideológico, aparece com 65,3% da esquerda, mas apenas 11,6% do centro e 6,6% da direita. Sua força está na militância, mas precisa furar o bloqueio no eleitorado moderado.
Izalci Lucas: direita estruturada, mas restrita
O ex-senador Izalci Lucas alcança 4,9%. Seu melhor desempenho está entre eleitores de direita (65,5%), além de 63,5% entre quem aprova Ibaneis.
Contudo, é praticamente irrelevante nas classes populares e nas periferias, onde não passa de um dígito.
Magela e Cappelli: lulismo sem tradução local
Geraldo Magela (2,7%) e Ricardo Cappelli (2,6%) só apresentam força em recortes diretamente ligados ao lulismo.
Magela aparece com 77,8% entre quem aprova Lula, enquanto Cappelli chega a 84,6% no mesmo público. No entanto, ambos têm dificuldade em transformar essa simpatia em votos espontâneos ou regionais.
Rafael Prudente: nome testado, mas fora do jogo
Embora tenha 4,6% na estimulada, o deputado Rafael Prudente não é candidato ao Buriti no cenário atual. Seu nome serve apenas de comparativo.
O que a pesquisa mostra
O levantamento do Instituto Exata confirma Celina Leão como favorita, mas indica que o jogo está longe de definido. Arruda mantém fidelidade popular, Fred Linhares busca consolidar-se como novidade, Grass depende do lulismo, enquanto Izalci, Paulo Octávio, Magela e Cappelli testam forças em nichos.
O fator decisivo será a capacidade de cada candidato de transformar seu recorte mais forte em apoio majoritário.