Um Coração Valente no radar da política do Distrito Federal
Há histórias que não se escrevem apenas com a razão. Elas vêm do peito, da memória e, às vezes, fazem o coração acelerar de verdade. Este texto nasce assim: mais com o coração do que com a cabeça.
Washington Stecanela Cerqueira, o eterno Coração Valente, hoje mora no Distrito Federal. E, fora dos gramados, seu nome começa a ecoar em um campo completamente diferente: o da política.
Do futebol para os bastidores do poder
Nos bastidores políticos do DF, o nome de Washington passou a ser tratado com atenção. O PP-DF, por meio da vice-governadora Celina Leão, já deixou claro o interesse em tê-lo como candidato a deputado federal.
O convite existe.
A articulação também.
Mas, até aqui, o Coração Valente ainda não respondeu se vai, de fato, entrar no jogo da política.
Uma nominata que precisa de alma
Entre líderes partidários, a leitura é quase unânime: as nominatas para deputado federal no DF carecem de nomes com densidade popular, história real e identificação emocional com o eleitor.
Falta alguém que represente superação, coragem e liderança construída na adversidade. Em outras palavras, falta — literalmente — um Coração Valente.
É por isso que seu nome surge com tanta força nas conversas políticas. Washington não traria apenas votos. Traria simbolismo, algo raro na política atual.
Uma cabeçada que parou meu coração
Volto 16 anos no tempo.
Semifinal da Copa Libertadores.
O Fluminense vence por 3 a 1.
E o gol que explode o estádio vem de uma cabeçada do Coração Valente.
Naquele instante, o Fluminense escrevia história. E este que vos escreve viveu algo ainda mais intenso: uma taquicardia real, provocada pela emoção pura de um gol decisivo.
Não foi só futebol.
Foi coração em estado bruto.
Uma carreira de números gigantes e história maior ainda
Washington encerrou a carreira em 2010, do jeito que os grandes merecem: com título.
Em um Fluminense estrelado, ao lado de craques como Deco, Dario Conca, Fred e Emerson Sheik, o Coração Valente se despediu dos gramados conquistando o Campeonato Brasileiro.
Foi o fechamento perfeito de uma trajetória marcada por superação, liderança e gols.
Ao todo, Washington balançou as redes 411 vezes na carreira. Um número que impressiona, mas que não explica sozinho o tamanho do personagem que ele se tornou no futebol brasileiro.
O ídolo que ainda não conheci
Ontem, eu teria um almoço com o Coração Valente. O encontro não aconteceu. Contratempos impediram que eu conhecesse pessoalmente um dos meus maiores ídolos do futebol.
Ficou a frustração.
Mas ficou intacta a admiração.
Do Maracanã às urnas?
Se decidir entrar na política, Washington não levará apenas um nome conhecido. Levará uma história de quem venceu limites físicos, voltou quando muitos duvidaram e se aposentou no topo.
A torcida agora é outra.
Sai das arquibancadas e vai para os bastidores, para as ruas e, quem sabe, para as urnas.
A torcida está
Espero ver o Coração Valente nas urnas.
Porque, às vezes, o que falta à política
é exatamente o que o futebol ensinou:
A coragem, entrega e coração.