Em mensagens obtidas pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), o ex-secretário-adjunto de Gestão em Saúde Eduardo Pojo confirma ao companheiro que o ex-secretário de Saúde Francisco Araújo Filho queria fazer processos de compra “roubando”. Araújo e Pojo foram denunciados pelo MPDFT no âmbito da Operação Falso Negativo, que investiga irregularidades na aquisição de testes rápidos de covid-19 pela pasta, e estão presos.
O trecho da conversa está destacado na medida cautelar apresentada pelo MPDFT e na decisão da juíza Ana Cláudia de Oliveira Costa Barreto, da 5ª Vara Criminal de Brasília, que acatou o pedido de novaprisão preventiva do ex-subsecretário de Vigilância à Saúde Eduardo Hage.
Nas mensagens, Eduardo Pojo reclama da pressão de Araújo: “eu acho que o círculo está se fechando. Ele BERRAVA e falava que daqui a 15 dias ele não estará mais aqui. Se eu não conseguir comprar testes”. O companheiro diz: “Mas ele quer que compre roubando. Fica mais difícil né”. A resposta de Pojo é ““SEMPRE AMOR. SEMPREEEEEEEEE”. A transcrição mantém a grafia original.
Em nota oficial, a defesa de Eduardo Pojo afirmou que, durante passagem pela Secretaria de Saúde, ele não praticou ou aderiu a qualquer conduta que pudesse frustrar o caráter competitivo das licitações. “Os diálogos indicados na recente decisão da 5ª Vara Criminal, quando inseridos no devido contexto, revelam que Pojo era técnico e estava contrariado com a pressão do Secretário”, diz o texto.
O advogado de Francisco Araújo Filho, Cléber Lopes, afirmou que a conversa “certamente” está fora de contexto. “Não tenho dúvidas de que isso será esclarecido”, disse.