“Esqueceram de Mim: Perdidos na Constituição” — O Novo Filme Lançado pelo GDF, Estrelado pela Polícia Penal do DF

*Por João Renato

Nos bastidores da segurança pública do Distrito Federal, um enredo dramático se desdobra: a Polícia Penal, protagonista de um papel vital, sofre com o esquecimento de quem menos deveria, o Estado. É a Penal que está na linha de frente entre a ordem e o caos, protegendo a sociedade das facções criminosas. Somos nós que temos a árdua missão de resgatar aqueles seres humanos com potencial de recuperação enquanto protegem a sociedade daqueles outros que ameaçam os direitos e a paz dos cidadãos de bem. No entanto, essa importância incontestada esbarra na invisibilidade administrativa e na omissão governamental.

  • Um Enredo de Desafios e Heroísmo

A história da PPDF não é ficção; desenrola-se diariamente no palco silencioso da segurança pública. Estes profissionais vivenciam a tensão real como bastiões da sociedade. A metáfora do “vulcão prestes a entrar em erupção” representa com precisão a constante pressão que enfrentam, mantendo a ordem e prevenindo tragédias no Distrito Federal, mesmo operando com um déficit significativo de pessoal. Esse enredo de desafios críticos e total dedicação mereceria, em qualquer cenário justo, um papel de destaque no orçamento que preza pela segurança completa.

  • Cena Principal: Ignorados pelo GDF

A realidade, contudo, oferece mais um capítulo de negligência. Apesar de seguros sob o artigo 144 da Constituição Federal, os policiais penais não figuram na cena principal do reajuste salarial promovido pelo GDF para todas as forças de segurança pública. Essa omissão revive antigos cenários de injustiças, em que se observa um atraso continuado tanto na concessão de benefícios, como os 18% concedidos a todos os servidores do GDF, que para a penal veio com vários meses de atraso, quanto numa espera longa de mais de seis anos pela regulamentação e inclusão no Fundo Constitucional. Longe de achar culpados, o momento é de exhibir como estamos constantemente atrasados, pegando o bonde depois de todos e sendo esquecidos em inúmeras ocasiões.

  • Críticas e Reações do Elenco de Apoio

Dentro desse drama governamental, vozes de apoio emergem na câmara legislativa, exercendo pressão contínua para mudar essa narrativa. Eduardo Pedrosa desempenha com convicção o papel de um aliado distrital, destacando que o lema de “nunca deixar para trás” deve ecoar na segurança pública. “Nós não deixamos um companheiro para trás e, principalmente na segurança pública, esse é um lema muito forte,” declarou Pedrosa. Wellington Luiz, concordando, evidencia a importância e a delicadeza do papel desempenhado pela Polícia Penal, requisitando um reconhecimento há tempos devido. Outro parlamentar, Daniel de Castro, defendeu em cena a necessidade de inclusão da polícia penal nos benefícios do Fundo Constitucional, defendendo uma paridade justa entre as várias forças de segurança do DF.

  • A Esperança de Um Novo Roteiro

A história da Polícia Penal merece ser reescrita — uma narrativa onde a valorização não é conferida pelo clamor ou pela luta incansável, mas pela dignidade inerente ao serviço prestado. Enquanto aguardam nos bastidores por sua merecida entrada em cena, é urgente uma nova perspectiva que transforme seu papel na segurança pública de coadjuvante esquecido para protagonista indispensável.

É fundamental destacar que a Polícia Penal do Distrito Federal (PPDF) não pode ser incluída na proposta das forças de segurança do DF, pois aguarda há seis anos sua regulamentação para inclusão no Fundo Constitucional (Fonte 138).

A inserção na proposta encaminhada pelo governo não solucionaria a questão salarial da PPDF, uma vez que a regulamentação ainda não foi concluída.
O debate em andamento trata especificamente da remuneração. No momento, a equiparação do reajuste com as demais forças de segurança deve ser discutida no âmbito distrital (Fonte 100).

A questão sobre a remuneração precisa ser debatida no contexto distrital, em que, uma vez efetivada a regulamentação pela União, os salários estarão finalmente equiparados.

  • Conclusão Dramática: Um Recomeço Necessário

Nesse ato final, há uma demanda pela reescrita do enredo com justiça. Essa inclusão não é apenas mais uma cena, mas sim a essência do reconhecimento do valor coletivo conferido a aqueles que garantem as bases da estabilidade e segurança do DF.

Tal como um filme que provoca questionamentos e reflexões, “Esqueceram de Mim” incita governantes, gestores e sociedade a uma reavaliação justa. No futuro desejado, esses profissionais não apenas protagonizariam o despertar da esperança, mas seriam, desde sempre, centrais nas aclamações e homenagens que seu árduo desempenho indiscutivelmente justificaria.

No grande palco dessa produção que é a segurança, é tempo de fechar o ciclo do esquecimento e iniciar a justa valorização dessa força essencial na história do Distrito Federal.

João Renato B. Abreu, Policial Penal – DF, mestre em direito e políticas públicas, pós-graduado em direito penal e controle social, coordenador do NISP – Novas Ideias em Segurança Pública, membro do Movimento Policiais Livres e do Movimento Desperte, faixa preta de jiu jitsu e autor do livro: Plea Bargaining?! Debate legislativo – Procedimento abreviado pelo acordo de culpa.

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