OS 11 REIS DO BRASIL

O STF custa mais caro do que a realeza britânica

*Por João Renato
Um levantamento revelou um dado impactante: o Brasil possui a Justiça mais cara do mundo, consumindo 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. O estudo, conduzido pelo Tesouro Nacional e comentado pelo analista Cláudio Humberto no programa Jornal Gente da Rádio Bandeirantes, no final do ano passado, incluiu 53 países e colocou o Brasil em uma posição alarmante.

Enquanto a Suprema Corte britânica opera com uma despesa anual em torno de R$ 97 milhões, o Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro custa cerca de R$ 953 milhões em 2025. A comparação é desconcertante: a Justiça brasileira custa aproximadamente dez vezes mais que a britânica.

O Custo da “Realeza” Brasileira

Os números impressionam ainda mais quando colocados ao lado dos custos da monarquia do Reino Unido. Em 2022, a Família Real britânica custava R$ 601 milhões — R$ 250 milhões a menos do que o STF brasileiro no mesmo ano. Para 2025, enquanto o orçamento da realeza sobe para R$ 980 milhões, o STF se aproxima perigosamente com uma despesa de R$ 953 milhões.

“É difícil não comparar. Enquanto os britânicos valorizam sua realeza como símbolo cultural, nosso STF assume o papel de uma ‘realeza moderna’, com custos que não refletem um retorno social à altura”, afirmou Cláudio Humberto.

Privilégios e Desigualdade

Além do orçamento exorbitante, há questões que tornam os custos do Judiciário ainda mais polêmicos. Entre 1985 e 2021, a média salarial do Judiciário aumentou 112%, enquanto no Legislativo houve uma redução de 17%. Em Rondônia, um caso emblemático revelou pagamentos de até R$ 1 milhão a 46 juízes em apenas um mês.

Regalias como férias de 60 dias, bônus quinquenais e outras vantagens somam bilhões de reais anuais. Apenas o retorno do quinquênio custará ao país cerca de R$ 42 bilhões por ano.

Comparações Internacionais

O Brasil gasta mais de R$ 132,8 bilhões anuais (2023) com o Judiciário, o equivalente a 1,2% do PIB. Em contraste, países como Alemanha e Estados Unidos alocam respectivamente 0,3% e 0,14% do PIB para suas justiças.

Enquanto a “realeza” brasileira usufrui de altos salários e benefícios, milhões de brasileiros enfrentam filas em hospitais e lidam com a precariedade dos serviços públicos.

Uma Crise de Confiança

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, afirmou recentemente que o Judiciário não tem participação na crise fiscal do país. Mas os dados dizem o contrário. “Os magistrados distorcem a realidade ao atribuírem a desigualdade a poucos ricos, enquanto perpetuam privilégios inconstitucionais que oneram os cofres públicos”, argumenta Léo Siqueira, Deputado Estadual de São Paulo (Novo) e economista.

O contraste é claro: enquanto a realeza britânica tem apoio popular e um papel limitado, os “11 reis do Brasil” governam com uma força que poucos podem contestar, às custas de um dos sistemas judiciários mais caros e controversos do mundo.

João Renato B. Abreu, Policial Penal – DF, mestre em direito e políticas públicas, pós-graduado em direito penal e controle social, coordenador do NISP – Novas Ideias em Segurança Pública, faixa preta de jiu jitsu e autor do livro: Plea Bragaining?! Debate legislativo – Procedimento abreviado pelo acordo de culpa.

Redes Sociais: @joaorenato.br

www.joaorenatobr.com.br

Autor

Horas
Minutos
Segundos
Estamos ao vivo