Viaduto do Jardim Botânico: Promessa Cumprida ou Dinheiro Jogado Fora?

Avararias Prematuras e Trânsito Intenso Levantam Dúvidas Sobre a Eficácia da Obra de R$ 33,5 Milhões

*Por João Renato

Inaugurado em novembro do ano passado com a promessa de desafogar o trânsito na região, o viaduto do Jardim Botânico, fruto de um investimento de R$ 33,5 milhões do Governo do Distrito Federal (GDF), já apresenta sinais preocupantes. A menos de três meses da sua entrega, a estrutura exibe avarias visíveis e o trânsito continua caótico, levantando questionamentos sobre a qualidade do investimento público e a real solução para os problemas de mobilidade da área.

Falhas Estruturais Preocupam Moradores e Usuários

  • Revestimento: Placas se soltando precocemente.
  • Asfalto: Desgaste rápido, com ondulações e esfarelamento.
  • Pichações: Falta de monitoramento e conservação.

Esses problemas estruturais, somados à ineficiência no fluxo de veículos, colocam em xeque a durabilidade e a segurança da obra, gerando desconfiança na população.

Trânsito Continua Sendo um Pesadelo Diário

Apesar do viaduto, os moradores de São Sebastião, Jardim Botânico, Jardins Mangueiral e trabalhadores da Papuda continuam enfrentando engarrafamentos diários, que chegam a ultrapassar 1 hora nos horários de pico (7h às 8h da manhã), estendendo-se do balão do acesso à JK até o balão da Papuda. O que era para ser um trajeto rápido se transforma em um desafio estressante, impactando a qualidade de vida e a produtividade de quem depende dessa via.

Passarela da Discórdia: Segurança ou Ineficiência?

A instalação de uma passarela para pedestres, que deveria garantir a segurança na travessia da DF-001, também se tornou alvo de críticas. Localizada a cerca de 500 metros do principal fluxo de pedestres, a passarela é considerada distante, desconfortável e até perigosa por muitos, que preferem arriscar a travessia irregular.

  • Falta de infraestrutura: Ausência de faixas de travessia ou semáforos nas marginais do viaduto.
  • Risco de travessias irregulares: A distância e a dificuldade de acesso à passarela podem incentivar a população a se expor ao perigo.

Crescimento da Região Ignorado?

A região do Jardim Botânico tem experimentado um crescimento significativo, com a chegada de novos comércios de alto padrão. No entanto, a contrapartida governamental não tem acompanhado esses investimentos, resultando em um sistema viário que não atende às necessidades da população.

DER-DF Se Defende, Mas a Comunidade Questiona

O Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF) alega que a passarela tem como objetivo garantir a segurança dos pedestres. No entanto, a comunidade questiona a eficácia da solução e cobra a instalação de equipamentos de segurança adequados nas marginais do viaduto.

Conclusão: É Preciso Reavaliar e Priorizar a População

Diante de falhas estruturais, trânsito caótico e uma passarela ineficiente, a obra do viaduto do Jardim Botânico levanta dúvidas sobre a sua real contribuição para a mobilidade da região. É fundamental que o GDF reavalie o projeto, levando em consideração os problemas enfrentados pela comunidade e buscando soluções que realmente tragam benefícios à população. Caso contrário, o investimento de R$ 33,5 milhões pode se tornar apenas mais um exemplo de obra pública que não atende às necessidades da população.

João Renato B. Abreu, Policial Penal – DF, mestre em direito e políticas públicas, pós-graduado em direito penal e controle social, coordenador do NISP – Novas Ideias em Segurança Pública, membro do Movimento Policiais Livres e do Movimento Desperte, faixa preta de jiu jitsu e autor do livro: Plea Bargaining?! Debate legislativo – Procedimento abreviado pelo acordo de culpa.

João Renato sendo entrevistado na Câmara dos Deputados
João Renato concedendo uma entrevista na Câmara dos Deputados

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