Durante reunião com lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou preocupação com a possibilidade de a esquerda perder influência no Senado Federal nas eleições de 2026. Segundo Lula, é fundamental que o campo progressista concentre esforços na eleição de senadores, especialmente no Distrito Federal, onde a oposição já ocupa duas das três cadeiras disponíveis.
“A esquerda precisa eleger maioria no Senado no ano que vem, senão esses caras vão avacalhar o Supremo Tribunal Federal”, afirmou o presidente, destacando a importância estratégica da Casa Legislativa. Lula lembrou que o Senado é responsável por aprovar indicações ao Supremo Tribunal Federal (STF) e pode deliberar sobre pedidos de impeachment de ministros da Corte.
No Distrito Federal, a situação é particularmente desafiadora para a esquerda. Atualmente, duas das três cadeiras do Senado são ocupadas por políticos alinhados à oposição: Damares Alves (Republicanos), ex-ministra do governo Bolsonaro, e Izalci Lucas (PSDB), que considera disputar o governo local. A única representante governista é Leila Barros (PDT), cuja reeleição é considerada incerta.
Pesquisas indicam que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro lidera as intenções de voto para o Senado no DF, mesmo sem ter confirmado sua candidatura. Caso ela opte por não concorrer, há expectativa de que apoie a deputada federal Bia Kicis (PL), fortalecendo a ala bolsonarista na disputa.
Diante desse cenário, o PT avalia a possibilidade de lançar a deputada federal Érika Kokay (PT-DF) ao Senado, mesmo que isso implique em abrir mão de uma cadeira segura na Câmara dos Deputados. A estratégia visa conter o avanço da oposição e garantir maior apoio às pautas do governo no Congresso Nacional.
A preocupação de Lula reflete a necessidade de consolidar uma base aliada sólida no Senado para assegurar a estabilidade institucional e o avanço das políticas públicas defendidas pelo Executivo.