A pesquisa nacional do Instituto Gerp, realizada entre 22 e 27 de agosto de 2025, trouxe números que ajudam a explicar a movimentação política no Distrito Federal. Michelle Bolsonaro aparece consolidada como uma das principais figuras da direita no país, chegando a vencer Lula por 48% a 37% em um eventual segundo turno presidencial.
Celina Leão leu o jogo antes
No DF, onde Michelle é cotada para disputar uma das duas vagas ao Senado em 2026, a vice-governadora Celina Leão parece ter feito a leitura correta ao se aproximar da ex-primeira-dama. O movimento, visto inicialmente com surpresa, agora ganha respaldo nos números: Michelle não é apenas um nome simbólico do bolsonarismo, mas sim uma candidata real e altamente competitiva.
Duas cadeiras, um nome forte
Com duas vagas em jogo, a dinâmica muda. A presença de Michelle praticamente ocupa uma delas, tornando a disputa pela segunda cadeira ainda mais acirrada entre os demais candidatos. Isso dá à ex-primeira-dama uma posição estratégica e amplia a relevância de quem estiver próximo a ela — caso de Celina Leão, que pode capitalizar esse alinhamento em 2026.
Prisão de Bolsonaro: o fator invisível da pesquisa
Um ponto que os números não conseguem medir é o impacto emocional da provável prisão de Jair Bolsonaro. Nacionalmente, esse episódio pode dividir interpretações: haveria quem considere justa e quem veja como perseguição. Mas no Distrito Federal a temperatura é bem conhecida — para grande parte do eleitorado, qualquer condenação será lida como injusta, o que tende a reforçar ainda mais o apoio a Michelle e ampliar a narrativa de vítima do sistema. Esse tipo de sentimento não aparece nos percentuais da pesquisa, mas está latente no humor político brasiliense.
A reprovação de Lula no DF é ainda maior
Outro dado que precisa ser lido nas entrelinhas: se a pesquisa nacional aponta 58% de reprovação a Lula, aqui no Distrito Federal essa porcentagem é ainda mais alta. Pois é, não sou eu quem faz essas contas, mas basta sentir a temperatura nas ruas para perceber que a rejeição ao atual presidente no DF vai além da média nacional. Isso explica o espaço fértil para Michelle e para qualquer nome alinhado ao campo oposicionista.
Pesquisa escondida, mas reveladora
Apesar de seu peso político, a pesquisa Gerp passou quase despercebida na imprensa tradicional. Os números, porém, são eloquentes: Michelle se consolida como alternativa nacional e local. No DF, isso pode significar uma eleição ao Senado de impacto nacional, projetando Brasília novamente como palco central da disputa política.
📊 Fonte: Pesquisa nacional realizada pelo Instituto Gerp, entre 22 e 27 de agosto de 2025, com 2.000 entrevistas por telefone (CATI) e margem de erro de 2,2 pontos percentuais.