O Passarinho Hoje Traz as Metáforas da Política

 

1 – O espelho rachado

Há quem olhe pro espelho da política e jure que ainda está inteiro. O problema é que o tempo não mente: a moldura pode até ser dourada, mas o reflexo já vem com trincas.

2 – A raposa e o galinheiro

Toda eleição, a velha raposa volta a rondar o galinheiro. Promete que agora é diferente, mas o galo que acredita dorme sem penas no dia seguinte.

3 – A lei do rio

A tal da ficha limpa é como um rio: uns dizem que corre pra frente, outros juram que ela volta. A ministra Carmen Lúcia pediu pra ver onde nasce a nascente — e Brasília inteira ficou procurando o mapa.

4 – O livro dos esquecidos

Tem político que quer apagar os capítulos que escreveu. Só que a lei não tem borracha, e o passado, por mais amarelo que seja, sempre deixa o cheiro de tinta fresca.

5 – O menino de Brazlandia 

Lá em Brazlandia, apareceu um tal de Gabriel Veredas. O nome soa poético, mas ninguém sabia de onde vinha. Talvez seja o novo personagem dessa novela onde os capítulos são decididos no TRE.

6 – O cofre do tempo

Alguns juristas dizem que o tempo cura tudo, até a ficha. Outros acham que o tempo é só o guardião do castigo. O fato é que o relógio não faz campanha — ele só gira.

7 – O sonho emprestado

O velho político é um grande vendedor de sonhos usados. Ele lustra, embala e entrega o mesmo ideal de sempre — e o eleitor compra achando que é novo.

8 – O coro das viúvas políticas

Há quem ainda chore nas urnas passadas. São os que juram que o povo está cego. Na verdade, o povo só trocou os óculos.

9 – A juventude política

O eleitorado de Brasília está rejuvenescendo. E diferente dos tempos antigos, esse pessoal lê o manual antes de apertar o “confirma”.

10 – O truque da perseguição

“Estão me perseguindo!” — grita o veterano. Mas às vezes não é perseguição, é só a urna mostrando que o encanto acabou.

11 – A cadeira do rei

Tem político que não entendeu que o trono é rotativo. Quando o relógio toca, o cetro vira microfone — e o discurso passa a ser só lembrança de palanque.

12 – A nova guarda

Os novos políticos chegam de tênis, não de sapato social. Falam em live, não em palanque. E, ao contrário dos antigos, não precisam prometer mundos — basta entregar wi-fi.

13 – O eleitor fantasma

Muitos eleitores das raposas já se mudaram para outro plano. E quem ficou por aqui prefere apertar “13”, “22” ou “novo número” do que voltar pro passado.

14 – O vento da renovação

Na política, o vento sopra sem avisar. Uns abrem o guarda-chuva da negação, outros levantam a vela da mudança. E como em toda travessia, quem não remar, afunda — ficha limpa ou não.

15 – A cabeça fora d’água

Velho político não sabe mergulhar em silêncio. Quando é pra esperar a maré baixar, bota a cabeça pra fora — e toma a paulada. Política é mar revolto: quem não entende os bastidores, acha que o barco é do povo, mas esquece que o leme está nas mãos de poucos lá no topo.

16 – As páginas e o poder

Os novos tempos têm novos microfones. As páginas de utilidade pública viraram os novos comícios digitais. A diferença é que, agora, o palanque cabe no bolso e o eleitor comenta em tempo real.

17 – O menino e o algoritmo

O Gabriel Veredas é um desses exemplos bons. Criou uma página para informar, e sem querer, acabou entrando no radar das pesquisas. O povo lembra do nome, e isso, na política, é meio caminho andado.

18 – O ego e a enxurrada

Mas há quem confunda curtidas com votos. O problema é que o algoritmo some no dia da eleição. E quando o ego sobe demais, o vento das urnas leva tudo embora — junto com os seguidores.

19 – O palco e o bastidor

Quem entende de política sabe: o show acontece no palco, mas o enredo é escrito nos bastidores. No topo, decidem quem o povo vai escolher. O poder, meu amigo, é uma peça bem ensaiada.

20 – O novo tipo de fama

Ser lembrado em pesquisa virou o novo “estar no programa da Xuxa”. Mas o eleitor de hoje quer mais do que fama: quer conteúdo, coerência e, se possível, um boleto pago com o dinheiro bem gasto.

Moral da história:

A política é como o teatro — tem quem brilhe no palco, quem mande na luz e quem aplauda sem saber quem escreveu o roteiro.

 

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