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1 – Topo é para os grandes
Chegar ao topo da política — entendam aqui: Senado, Palácio do Buriti, vice-governadoria — não é para qualquer um. Mas se engana quem acha que basta ganhar eleição. O topo exige muito mais do que voto: exige saber sobreviver nele.
2 – Amizade não é currículo
Um erro recorrente dos políticos é achar que os amigos de infância vão resolver os pepinos do poder. Não vão. A boa amizade não substitui competência. E quando se mistura amizade com cargo estratégico, o resultado costuma ser desastroso.
3 – Primeira divisão, sempre
No topo só sobrevive quem se cerca de gente que joga na primeira divisão. Ou seja: assessores que conhecem os bastidores, sabem como se decide e como se evita uma queda. Segunda divisão no vestiário só serve para carregar mala.
4 – Medo de decidir
Outro problema crônico: político que chega lá em cima, mas fica travado, com medo de decidir. Quando não decide, deixa o poder escorrer pelas mãos. E quem não decide, inevitavelmente é decidido por alguém.
5 – Caraminholas em série
E para piorar, as decisões acabam sendo tomadas por “conselheiros” cheios de caraminholas na cabeça. Gente que não entende de política, mas adora dar pitaco. O resultado é um mandato trôpego, cheio de erros infantis e crises evitáveis.
6 – O topo é solitário
Política em alto nível é jogo duro e solitário. Não dá para levar a torcida inteira para a tribuna. Os campeões sabem escolher um núcleo enxuto, leal e profissional. Os amadores enchem a sala de reunião com gente que não serve nem para estagiário.
7 – Profissionalismo não morde
Tem político que morre de medo de contratar profissionais de verdade, “porque fulano é frio, calculista”. Pois é justamente esse perfil que o topo exige: quem calcula, quem protege, quem enxerga o tabuleiro inteiro. Sentimental demais só leva rasteira.
8 – A diferença entre ficar e cair
Por fim, a regra é clara: não basta chegar no topo, é preciso permanecer lá. E só permanece quem entende que gratidão é sentimento, mas estratégia é razão. Quem não entende isso geralmente é lembrado só por uma placa de inauguração… e nada mais.
9 – Quem manda são os políticos
Muita gente entra na política jurando que vai “combater os políticos”. Pois bem: quem manda na política… são os políticos. Quando você pisa no campo deles, eles já estão lá, acima de você, donos da bola e do apito. Combater políticos sendo político é receita para ser engolido.
10 – Conheça o campo antes de jogar
O primeiro passo para quem sonha com um mandato é conhecer o meio político. Gostando ou não, você vai precisar entender as regras silenciosas, as manobras sorrateiras, as manobrinhas de nominata que ninguém te explica. O que você não conhece é o que mais machuca.
11 – Coração fora, razão dentro
E, finalmente, uma dica de ouro: guarde o coração na gaveta e use a razão. Política não é para sentir, é para calcular. Os novatos que se iludem com discursos bonitos e amizades instantâneas acabam saindo feridos logo na largada.
12 – O elevador do Buriti
A política no DF é como um elevador de prédio antigo: sobe devagar, faz barulho, dá uns trancos e, quando abre a porta, quase sempre alguém já te empurrou para fora antes do seu andar. Só chega no topo quem sabe segurar firme no corrimão e empurrar também.
13 – O espelho quebrado
Os políticos do DF vivem diante de um espelho quebrado: cada pedaço reflete uma imagem diferente. Para o povo, mostram a moldura bonita; para os aliados, a rachadura no vidro; e para eles mesmos… tentam não olhar, porque a imagem é sempre pior do que esperavam.
14 – O vice que virou a mesa
Teve um vice por aqui que ninguém levava a sério. Diziam que era só enfeite, um quadro na parede. Bastou um tropeço do titular para ele puxar a cadeira, sentar e fazer cara de dono. Desde então, ninguém menospreza vice-governador.
15 – O assessor que mandava mais que o chefe
Nos corredores do Buriti, já teve assessor que praticamente governava no lugar do eleito. Mandava e desmandava, distribuía cargos, tomava decisões e ainda sorria para foto ao lado do “patrão”. Até o dia em que um passarinho cantou para a imprensa, e o castelo de cartas ruiu.
16 – O candidato que odiava política
Um dos mais votados da história recente do DF confessou a um repórter: “Eu nem gosto de política, mas isso aqui paga bem e dá visibilidade”. Ficou um mandato inteiro reclamando, fez pouco, e hoje posa de guru na internet dizendo que Brasília precisa de políticos comprometidos.
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