*Por João Renato
A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado do Distrito Federal (FICCO/DF), com o apoio de equipes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Penal do DF, realizou hoje (21/10) a Operação CRAVATE, focada em desmantelar um esquema que oferecia suporte externo a um líder de facção criminosa baiana, atualmente preso no Distrito Federal.
A ação envolveu o cumprimento de seis mandados de prisão e nove de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Criminal de Brasília, em locais tanto no DF quanto na Bahia. As investigações indicaram que advogados estariam agendando videoconferências e permitindo que outras pessoas participassem das comunicações, facilitando o contato com presos.
Com base em informações fornecidas pela Polícia Penal do DF, foram identificadas pessoas que se passavam por advogados para se comunicarem com os detentos, com o aval dos profissionais envolvidos. O líder da facção utilizava essa rede para manter comunicação externa e fortalecer sua influência sobre outros presos, recrutando novos membros para a organização criminosa.
Esse indivíduo já tem histórico de crimes como organização criminosa e lavagem de dinheiro, razões pelas quais está detido preventivamente, além de ser investigado por envolvimento no homicídio de um policial federal ocorrido em Salvador, em setembro de 2023.
Os suspeitos poderão responder pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro, com penas que podem ultrapassar 20 anos de reclusão. Além disso, a justiça determinou a suspensão do exercício profissional dos advogados envolvidos.
Vale destacar o trabalho incansável da Polícia Penal do DF, que, apesar da escassez de efetivo, tem se superado constantemente na luta contra o crime organizado, contribuindo de forma significativa para a segurança do sistema prisional e o combate a práticas ilícitas dentro e fora das unidades. A FICCO/DF, composta por diversas forças de segurança, é um exemplo de integração no enfrentamento ao crime organizado e às ações criminosas mais graves e violentas.
O nome da operação, CRAVATE, faz alusão ao termo em francês que originou a palavra “gravata”, em referência aos advogados envolvidos no esquema.
* João Renato B. Abreu, Policial Penal – DF, mestre em direito e políticas públicas, pós-graduado em direito penal e controle social, coordenador do NISP – Novas Ideias em Segurança Pública, faixa preta de jiu jitsu e autor do livro: Plea Bragaining?! Debate legislativo – Procedimento abreviado pelo acordo de culpa.
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