*Por João Renato
Em uma recente nota oficial, o Partido dos Trabalhadores (PT) expressou apoio ao regime socialista de Nicolás Maduro na Venezuela, descrevendo as eleições de 28 de julho de 2024 como uma “jornada pacífica, democrática e soberana”. No entanto, a declaração gerou controvérsias e críticas por sua defesa de um regime amplamente criticado por práticas autoritárias.
A nota do PT saudou a eleição venezuelana, alegando que o processo foi “democrático”. Contudo, o partido omitiu que as principais líderes da oposição, Maria Corina Machado e Corina Yoris, foram proibidas de participar do pleito. Adicionalmente, o Ministério Público venezuelano anunciou uma investigação sobre o discurso de protesto de Machado após a divulgação dos resultados, que a oposição considera fraudulentos.
O PT também elogiou o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, presidido por Elvis Amoroso, membro do Partido Socialista Unido da Venezuela e aliado próximo de Maduro. O partido ignorou o fato de que o Conselho tem sido acusado de parcialidade e de manipulação eleitoral. A declaração do PT sugere uma confiança em uma eleição nada confiável e instituições venezuelanas corrompidas, dado o contexto de críticas internacionais sobre o regime.
Outra parte da nota abordou a necessidade de Maduro continuar o diálogo com a oposição, uma sugestão vista por críticos como uma omissão das graves violências e repressões que marcaram o governo atual. Em vez de promover um diálogo verdadeiro, o regime tem sido acusado de realizar perseguições políticas e repressões violentas contra a população. Informações recentes apontam que Freddy Superlano, ex-deputado e um dos principais nomes da oposição na Venezuela, foi sequestrado em Caracas.
O PT também criticou as sanções internacionais contra a Venezuela, atribuindo o colapso econômico do país a “sanções ilegais”. No entanto, especialistas e economistas apontam que a crise econômica na Venezuela é em grande parte resultado da gestão desastrosa da economia pelo governo de Maduro, caracterizada por um controle excessivo do estado sobre as empresas e corrupção generalizada.
Finalmente, a nota do PT reafirmou o compromisso com a solução de problemas na América Latina sem ingerência externa. No entanto, a conexão do partido com o regime de Maduro é vista como um exemplo de como o PT tem contribuído para a ascensão e manutenção do socialismo bolivariano, incluindo o financiamento de projetos na Venezuela através do BNDES durante o governo anterior.
A defesa do PT ao regime venezuelano levanta questões sobre suas verdadeiras intenções e o impacto de suas posições na política interna e internacional. A postura do partido é vista como uma tentativa de justificar e legitimar práticas autoritárias que são contrárias aos princípios democráticos que o PT afirma defender.
Não podemos aceitar a defesa de um poder autoritário, devemos defender a liberdade! Esse é o caminho para um Brasil que dará certo.
*João Renato B. Abreu, Policial Penal – DF, mestre em direito e políticas públicas, pós-graduado em direito penal e controle social, faixa preta de jiu jitsu e autor do livro: Plea Bragaining?! Debate legislativo – Procedimento abreviado pelo acordo de culpa.
