“Política se faz com grupo”: entrevista com Dr. Renato Rocha, advogado e articulador social
Linha fina: Irmão do governador Ibaneis Rocha, o advogado fala da trajetória, dos projetos sociais em Samambaia e São Sebastião, desmente boatos sobre a família, comenta a relação com Gustavo Rocha, avalia o 8 de janeiro e revela detalhes sobre filiação partidária e eventual candidatura distrital.
Há 24 anos na advocacia em Brasília, ex-presidente do Tribunal de Ética da OAB/DF e fundador do Instituto Justiça para Todos, Dr. Renato Rocha tem rodado cidades do DF com ações sociais e um programa de rádio. Nesta conversa, ele traça sua história — do interior do Piauí a Brasília —, refuta lendas políticas e fala, sem rodeios, sobre 2026.
Perguntas & Respostas
Odir Ribeiro — Quem é o Dr. Renato Rocha, em poucas linhas?
Renato Rocha — Sou advogado há 24 anos em Brasília, atuei na OAB/DF (inclusive como presidente do Tribunal de Ética) e em comissões no Conselho Federal. Sou fundador do Instituto Justiça para Todos, que leva informação jurídica, empreendedorismo para mulheres e ajuda social a comunidades em vulnerabilidade.
Odir — Onde o Instituto tem atuado?
Renato — Começamos forte na Vila do Boa (São Sebastião) e expandimos para Crichás, Morro da Cruz, Capão Comprido e agora Samambaia, em parceria com iniciativas locais como os Filhos de Samambaia. É trabalho contínuo, sem caráter eleitoreiro.
Odir — Você tem andado muito por Samambaia. É atuação de momento?
Renato — Não. Minha família é de lá por parte da minha esposa, e eu estou em Samambaia toda semana. Gosto de viver a cidade, frequentar suas feiras, conversar com as pessoas e manter os projetos acontecendo.
Odir — Você sempre é apresentado como “irmão do governador Ibaneis Rocha”. Isso te incomoda?
Renato — Tenho orgulho do meu irmão e do que ele realizou, mas fiz questão de abrir meu próprio escritório quando ele assumiu o governo. Busco autonomia e construo a minha história. A régua para governar o DF subiu muito depois de Ibaneis.
Odir — Há boatos de desavença entre vocês.
Renato — Mentira. Temos relação ótima, nos vemos com frequência. Ele me criou em Brasília — trato-o como pai, e ele me trata como filho.
Odir — E a suposta rivalidade com Gustavo Rocha?
Renato — Outra mentira. Respeito enorme pelo Gustavo: profissional qualificado, trânsito institucional impecável, nome confiável.
Odir — Vai ser candidato? Qual cargo faz mais sentido?
Renato — Sigo o grupo. Hoje, a leitura é de que deputado distrital me permitiria contribuir mais de perto com as comunidades e com o terceiro setor. Mas política é dinâmica.
Odir — Situação partidária: PRD, Agir, Podemos?
Renato — Fui filiado ao PTB por 20 anos (hoje PRD). Saí quando o partido mudou de rumo e se aproximou da esquerda. Passei pelo Agir de forma transitória. Converso com o Podemos; é um partido estruturado, com tempo de TV e fundo, que pode viabilizar um projeto competitivo.
Odir — Você evita órgão público? Por quê?
Renato — Para não dar margem a fofocas sobre influência indevida. Vou quando sou convidado para algo institucional. Prefiro manter limites claros.
Odir — Como vê o 8 de janeiro do ponto de vista jurídico?
Renato — Quem quebrou patrimônio público deve responder na medida do dano — mas na primeira instância, sem foro. Não vejo nexo para crime de golpe/abolição do Estado democrático, como apontado em algumas decisões. Alinho-me ao voto do ministro Luiz Fux pela proporcionalidade das penas.
Odir — Você fala em transformar vidas. Política vale o custo pessoal?
Renato — Vale. Já transformamos vidas com o Instituto; no mandato dá para ampliar o alcance. Se os bons se omitem, os maus ocupam espaço.
Odir — Vida pessoal, raízes e simplicidade contam?
Renato — Vim do interior do Piauí, fui criado com valores simples. Adoro feira, sarapatel e buchada (risos). Sou casado, pai da Maria Fernanda, e levo a família como base de tudo.
Odir — E o João Pedro, seu sobrinho?
Renato — Quadro jovem promissor do MDB. Não precisa ter pressa; com preparo, terá futuro político relevante.
Vale a pena assistir o podcast completo abaixo