Robério Negreiros abre o jogo: “Quero ser o deputado do emprego e ajudar a eleger Celina governadora”

Entrevista – Política do Bem x Deputado Robério Negreiros

Política do Bem: Em que ano o senhor entrou na política e como foi a primeira eleição?


Robério Negreiros: Entrei em 2010. Foi minha primeira eleição, muito jovem, sem estrutura e sem apoio da família. Meu “patrimônio” político era um Vectra que ganhei do meu pai e o Cezinha dirigindo comigo no Sol Nascente. Terminei na primeira suplência, entrei no primeiro ano de mandato e, na reeleição – a mais difícil para qualquer político – fui o segundo mais votado geral.

Política do Bem: O senhor quase desistiu naquela primeira campanha?


Robério Negreiros: Duas vezes. Quis parar. O Cezinha me segurou. No fim da campanha, ele quis desistir e fui eu que disse: “Agora a gente vai até o final”. (risos)

Política do Bem: Sua atuação ficou marcada pela pauta das pessoas com deficiência. Qual foi o projeto mais simbólico?


Robério Negreiros: A lei que proíbe escolas de cobrarem a mais de alunos com deficiência. Isso nasceu da história da Lia, uma menina com síndrome de Down cuja mãe era obrigada a pagar duas mensalidades. Criamos uma lei inédita, com multa e até cassação de alvará para escolas que discriminarem.

Política do Bem: Mas hoje o senhor também é chamado de “deputado do emprego”. Por quê?


Robério Negreiros: Porque Qualifica DF, Renova DF e Fábrica Social mudaram vidas. O Renova DF qualifica na prática, reformando praças e quadras, com bolsa de salário mínimo, transporte, lanche e uniforme. O Qualifica DF ampliou para 70 cursos, muitos deles de tecnologia e energia solar. A Fábrica Social produz de costura hospitalar a uniformes. No total, mais de 27 mil pessoas já foram capacitadas.

Política do Bem: Os programas incluem quem está em situação vulnerável?


Robério Negreiros: Sim. No Renova DF tem cotas para moradores de rua e para mulheres vítimas de violência, em articulação com a vice-governadora Celina Leão. Tem também a Cesta do Trabalhador, para quem está desempregado há mais de seis meses e fora de outros programas sociais.

Política do Bem: Vamos para 2026. Muito se fala sobre sua ida para o Podemos. Confirma?


Robério Negreiros: Confirma. É uma construção avançada, com articulação do governador Ibaneis Rocha, do presidente do Podemos no DF, Cristian Viana, e do secretário nacional Luís França. Não há briga com o PSD. É uma decisão estratégica: hoje são 25 candidatos por partido, sem coligação. Quem não montar uma nominata inteligente, morre na praia.

Política do Bem: O senhor sempre fala que “partido nanico vira armadilha” na regra atual. Por quê?


Robério Negreiros: Porque hoje o partido precisa bater coeficiente eleitoral de 55 a 57 mil votos para a primeira vaga. Se não bater, não entra nem nas sobras. É matemática pura. Partidos grandes e médios têm estrutura; partidos pequenos não conseguem acompanhar.

Política do Bem: Como o senhor avalia o movimento da deputada Bia Kicis rumo ao Senado com apoio da direita?


Robério Negreiros: A divisão do campo da direita pode abrir vaga para a esquerda, porque no Senado não há segundo turno. Se fragmentar demais, nomes como Leila Barros ou Érika Kokay podem se beneficiar.

Política do Bem: O ex-governador José Roberto Arruda pode ser candidato?


Robério Negreiros: Tecnicamente, a nova lei de improbidade não retroage em condenações cíveis antigas. Diferente do direito penal. Mas a palavra final é do STF. O problema é a insegurança jurídica: o político monta campanha e depois pode ter o registro negado.

Política do Bem: O senhor cogita disputar federal ou majoritária?


Robério Negreiros: Federal não me encanta. Quem muda a vida das pessoas no DF é a Câmara Legislativa. No futuro, posso pensar em Senado, mas política tem fila. Eu sei meu lugar hoje.

Política do Bem: E Celina Leão para governadora? O senhor aposta?


Robério Negreiros: A Celina é o nome natural. Trabalha muito, não persegue, resolve. Onde Ibaneis e Celina estiverem, eu estarei. Sou Celina até o fim.

Política do Bem: O senhor é considerado “direto demais” nas redes e nos grupos de WhatsApp. Por quê?


Robério Negreiros: Porque político não pode ter “bunda solta”. Se vier com carinho, respondo com carinho. Se vier com paulada, respondo também — sempre sem mexer com família ou vida pessoal. Eu não me escondo. Política é para quem aguenta.

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