Um Passarinho Me Contou: Capitão, Baleia e Outras Charadas do Poder

 

1 – O capitão e a baleia

Um passarinho me contou que a política tem muito de Moby Dick: o capitão acha que está caçando a baleia inimiga, mas no fim quem afunda é o próprio navio. Tem deputado por aí montando sua equipe sem critério nenhum, dando cargos para quem não tem estômago para o mar. Depois não entende por que vai parar no fundo.

2 – O inimigo interno

O maior perigo para um deputado não é a oposição, não são os haters das redes sociais, nem a imprensa crítica. O verdadeiro inimigo muitas vezes está dentro de casa: é aquele assessor, administrador ou chefe de posto que ele mesmo escolheu e que, mordido pela mosca azul, decide virar candidato.

3 – Visibilidade queimada

Nada dá mais visibilidade para um parlamentar do que a ponta — a administração regional, onde o povo cobra na porta e quer solução. Mas nada queima mais rápido também: um administrador desastroso consegue em pouco tempo transformar a imagem do deputado num naufrágio político.

4 – Cozinha desorganizada

Os bastidores de um mandato são a cozinha da política. E quem não cuida da cozinha, acaba servindo prato azedo para o eleitor. Tem muito deputado gastando energia com discurso bonito enquanto a equipe trabalha contra ele, minando qualquer chance de reeleição.

5 – A mosca azul ataca rápido

Tem gente que entra num cargo pequeno e já se acha governador. A mosca azul é implacável: morde o administrador, ele incha e começa a sonhar alto. Mesmo que não ganhe nada, já tira votos preciosos do padrinho que o indicou.

6 – O reflexo no espelho

Na política, a lealdade de hoje é a candidatura de amanhã. Se você não quer ser derrubado pelo espelho, cuide para que a imagem refletida seja a sua e não a de um adversário fabricado na sua própria equipe.

7 – Quem manda no jogo

Um passarinho me contou que no xadrez político do DF o eleitor acha que manda, mas a partida mesmo é jogada pelos grandes partidos: MDB, União Brasil, PP, Republicanos, PL e a federação do governo federal. O PT corre por fora, mas ainda faz barulho com sua militância.

8 – Sonho para poucos

Para disputar o Buriti não basta sonhar — é preciso ser um nome fortíssimo ou ter a máquina de um desses partidos empurrando. Fora desse ecossistema, a candidatura morre antes de nascer. Política hoje é força coletiva, e só os ingênuos acham que é cada um por si.

9 – Federal é prioridade

Um detalhe: esses partidos não querem arriscar tudo num nome “meia boca” para governador. O foco mesmo está nas cadeiras da Câmara Federal. É ali que está o dinheiro, a relevância e a sustentação política. Governador, para eles, é bônus.

10 – A arquibancada iludida

Tem muito figurante por aí que acha que manda, mas não tem nem voto, nem poder de decisão. São só torcedores que conseguem acesso ao vestiário para dizer que são do time. No fim, continuam na arquibancada.

11 – Quem escolhe quem você escolhe

Os grandes partidos sabem montar prateleira: eles escolhem quem vão te oferecer para você escolher. E quando decidem se unir em torno de um nome médio para cima, a vitória vira questão de tempo. A vitrine pode ser cheia, mas o estoque sempre pertence a eles.

12 – Podemos com moral

E um passarinho me soprou que um dos mais influentes da executiva nacional do Podemos, Luiz França, está animado para fazer bonito numa disputa para federal. Ele ganhou moral com a cúpula nacional ao livrar o partido de uma enrascada: impedir que a legenda fosse arrastada para uma união com o PSDB. Ganhou crédito e espaço para sonhar alto.

13 – Wellington Santana gera audiência

E a nota sobre Wellington Santana, ex-administrador do Paranoá, bateu mais de 5 mil visualizações no nosso site. Uma coisa já é certa: ele já é pré-candidato a distrital. Apoio não está faltando e, curioso, é que até calado ele consegue gerar audiência e curtidas.

14 – Quem é ele?

Um passarinho me contou que tem deputado que jura que é oposição, mas vive pedindo favores para o governo e garantindo cargos para seus aliados. Ele é contra… mas a favor. Quem é ele? Resposta: basta olhar quem grita mais na tribuna e sorri mais no gabinete do governador.

15 – Qual é a diferença?

Qual é a diferença entre um pré-candidato a governador sem partido e um torcedor que pinta o rosto no estádio? Nenhuma. Ambos gritam, se empolgam, juram que são protagonistas… mas a decisão está sempre nas mãos dos donos do time.

16 – Quem tem mais força: o poste ou a lâmpada?

Na política local, tem muito “poste” achando que é a lâmpada. Só brilha porque alguém ligou o interruptor pra ele. O dia que a energia cortar, vai ver o tamanho real da própria luz. Quem se encaixa nessa? A lista é longa…

17 – O que é, o que é?

Está em todos os eventos, aparece em todas as fotos, jura que é articulador, mas não tem voto nem para síndico? Resposta: o famoso figurante da política brasiliense. Uma espécie abundante na fauna do quadradinho.

Pensamento do dia:

“Na política, até quem parece peixe grande pode acabar virando isca.”

 

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